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Samba de Maio
04:18
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Samba de Maio
Menina de sangue azul, bebe bom vinho
e fala francês para que te admire no que fica perdido em tradução
Nem te olhei o vestido, com medo que algo
deixasse transparecer a forma como te trago em mim
É o samba de maio, você dança, e dança e dança, eu caio
É o samba de maio, você dança, e eu caio
Sempre fizeste estradas onde haviam muros
teus saltos altos nunca foram vistos em apuros
Eu cresci a ver pessoas como tu na televisão
em que o andar nunca pisava o chão
É o samba de maio, você dança, e dança e dança, eu caio
É o samba de maio, você dança, e eu caio
O teu sorriso é um bocejo
princesa dos bonitos, faz-me rei do aflitos
O teu olhar desafina os tons da madrugada
depois de ti é este dia que não sabe a nada.
É o samba de maio, você dança, e dança e dança, eu caio
É o samba de maio, você dança, e eu caio
Se por ti usar gravata, teu vestido
serão os meus lençóis e o teu peito almofada.
Não importa mais pobreza na geometria dos dias
em teu nome escreverão as mais belas melodias
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2. |
Sonho nº7
03:49
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Sonho nº7
Sonhei-te de mãos nos bolsos em calças quase largas
Dizias-te cansado do azul que és
Falámos de aviões, pegámos nas guitarras, era assim que te escapavas
Não há vencedores nem vencidos, seremos todos meninos esquecidos
Redefine a tua glória, não te deixes ser a parte triste da tua história
Sonhei que pescavas, desajeitadamente, atirando o anzol sem isco
Enquanto o teu namorado
Com o casulo na mão, te gritava, falta-te isto
Não há vencedores nem vencidos, seremos todos meninos esquecidos
Redefine a tua glória, não te deixes ser a parte triste da tua história
Sonhei que foste preso, por coisas que nem a ti te faziam bem
E os teus amigos
Envergavam chapéus com o teu nome e o de outro alguém
Não há vencedores nem vencidos, seremos todos meninos esquecidos
Redefine a tua glória, não te deixes ser a parte triste da tua história
Sonhei com a família de preto, porque tu havias partido
Não havia lágrima largada
E tu agradecias-me não te ter mentido
Não há vencedores nem vencidos, seremos todos meninos esquecidos
Redefine a tua glória, não te deixes ser a parte triste da tua história
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3. |
Relógio de Lata
03:21
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Relógio de lata
Homens sérios de fato fazem do meu mundo parque de diversões
A sorrir em amarelo o trono ganho pela qualidade das ilusões
A noite é apenas uma sílaba do sol a afogar-se no mar
Homens de chapéus tristonhos fazem pensar bem até de Salazar
Com o coração a martelar na inquietude do que há de vir
Confessam que ganhar já não é vencer, é resistir
Caminhar é exercício de Deus, correr, tropeçar com dignidade
Há quem confunda informação com verdade
Há até quem pense que saúde é felicidade
O tempo é só cronometragem para um ciclo, a ordem é a chave da planície
Chegará a altura de trocar brinde de vinho por dinamite
Caminhar é exercício de Deus, correr, tropeçar com dignidade
Há quem confunda informação com verdade
Há até quem pense que saúde é felicidade
Não há pior mal, que o mal de estar mal com o meu mal
Relógio de lata, ora diz, ora diz não, agora diz basta
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4. |
Júpiter
03:08
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Imprimi-te á escala real
E guardei-te na mesa de cabeceira
Agora que não estás
Desdobro-te em dois
E conto-te o mundo
Com os teus olhos cor de mel
Dei-te um nome que rimava bem no papel
Embora não consiga deixar de pensar
Que o lar que te dei, foi liberdade
Que te roubei
Ela virá, eu sei que ela virá!
Ela virá, eu sei que ela virá!
Imprimi-te á escala real
E guardei-te no bolso mais perto do peito
Agora que não estás
Todos os retratos me deixam insatisfeito
Subo ao terraço todas as madrugadas
E grito alto o teu nome em eco
E nessa espécie de desespero
Acompanhado por animais que estão
Por ali perto
Ela virá, eu sei que ela virá!
Ela virá, eu sei que ela virá!
Imprimi-te á escala real
E mostro-te a desconhecidos
É um réstia de esperança
Que a noite não te tenha vencido
Minha companhia durante um ano
Parceira do meu lado mais humano
Fazes perceber distintos tipos de saudades
Mas este é o que mais me dói,
Em toda a sua verdade
Ela virá, eu sei que ela virá!
Ela virá, eu sei que ela virá!
Ela virá, eu sei que ela não virá!
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5. |
Agora Sapato
03:39
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Agora Sapato
Já não sou apenas chão, agora virei sapato
Também te calco
Amanhã pessoa, produto da vida boa
Resultado fraco
És a humidade que me dói os ossos
e me faz pensar que amanhã é dia de chuva
Desculpa bailarina se penso que nem tudo
se resolve com o teu jogo de cintura
Caminhar de bicos de pés é só uma forma diferente de calcar
Ainda há cortinados compridos que estás a magoar
Sempre me fizeste pensar que o amor
era o vestido certo na rapariga errada
Juro que tentei ser sol
em dias de trovoada
Por quereres sempre mais
percebo que querias melhor
Eu nunca te dei as frases que todos sabem de cor
O que procuras em mim
está numa montra a qual não ofereço atenção
Estorva a quem sempre teve olhos por coração
Não trago comigo o que necessito
mas o que penso precisar
E tu bailarina
Não és mais carga que faça sentido transportar
És o risco que me estorva o esboço
Amanhã serás, senhora sem moço
Faz tempo que sei não fazer parte
do teu mundo de arte
Dos teus dias de culto
Dos teus sonhos em tumulto
Eu já não faço parte
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Luís Formiga Aveiro, Portugal
Caçador de cerejas e tempestades, "troca os "v's" pelos "b's" desde tenra idade!
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